O NOME DE DEUS -
JAVÉ, JEOVÁ, SENHOR, JESUS -
TRADIÇÃO CRISTÃ CATÓLICA
O nome de Deus é um
mistério. Deus revelou seu nome a Moises dizendo:"Eu sou AQUELE QUE
É".
Este nome,
traduzido como "Eu sou O que sou", é uma tradução do hebraico, do
chamado Tetragrama, o Nome Inefável de Deus.
É uma palavra
hebraica com quatro letras: Yud-Hei-Vav-Hei.
Esta palavra é uma
forma arcaica do verbo "Ser" em hebraico.
O Tetragrama nunca
é pronunciado pelos judeus; apenas o Sumo-Sacerdote, uma vez por ano (no dia de
Yom Kippur), entrava no Santo dos Santos do Templo e sussurrava o nome. Isto
era visto como algo extremamente perigoso, e na verdade o era.
Para evitar pronunciar
o nome de Deus, os judeus, ao lerem as Escrituras, pronunciam no lugar do
Tetragrama a palavra "Adonai", que significa "Senhor".
Aliás esta também é
a Tradição católica; qualquer tradução católica mais antiga da Bíblia usará
"O Senhor" quando no texto hebraico encontramos o Tetragrama, e
"Deus" quando encontramos o Nome "Elohim" (outro nome de
Deus, designando a Sua Misericórdia, como o Tetragrama designa a Sua Justiça).
Para evitar que
alguém lesse por engano o Nome de Deus na oração (ao invés de substituí-lo por
"Adonai"), os judeus normalmente escrevem as vogais da palavra
"Adonai" com as consoantes do Tetragrama.
Assim, o Tetragrama
aparece cercado por sinais que são as vogais de "Adonai".
Era tido como o
nome que se escreve mas não se lê.
Ao encontrarem
escrito tal nome, os israelitas pronunciavam Adonay (o primeiro a é mudo,
correspondendo a um e), que quer dizer meu Senhor.
Após o século VI
d.C., os rabinos fundiram as consoantes YHWH com as vogais EOA, resultando na
forma Jeová.
Notemos, porém, que
ainda no início da Idade Média a pronúncia do vocábulo continuava como Adonay.
Por nunca
pronunciaren o tetagramaYHWH, alguns estudiosos afirmam que a pronúncia real
dessa palavra perdeu-se no tempo. Porém, convencionou-se que Javé se
aproximaria mais do que pode ter sido a pronúncia do Tetagrama.
A pronúncia Jeová é
atestada pela primeira vez por Raimundo Martini em sua obra "Pugio
Fidei" de 1270. Parece, porém, que já estava sendo usado nas escolas
rabínicas anteriores a esse ano.
Foi adotado pelos
cristãos no século XVI, principalmente pelos protestantes, tendo à frente o
calvinista Teodoro Beza, de Genebra.
É por isso que as
Bíblias protestantes em língua inglesa frequentemente aludem ao nome Jeová.
Contudo, a forma correta de Yahweh seria Javé, sem interpolações.
Como por respeito à
santidade de Deus, o povo de Israel não pronuncia seu nome. Na leitura da
Sagrada Escritura, o nome revelado é substituído pelo título divino
"Senhor" ("Adonai", em grego "Kýrios").
É com este título
que é aclamada a divindade de Jesus: "Jesus é Senhor".
Adoração do Nome de
Jesus
Alguns trechos do
Catecismo da Igreja Católica sobre o nome de Deus:
"§204 Deus
revelou-se progressivamente a seu povo e com diversos nomes, mas é a revelação
do nome divino feita a Moisés na teofania da sarça ardente, pouco antes do
Êxodo e da Aliança do Sinai, que se tomou a revelação fundamental para a Antiga
e a Nova Aliança."
"Eu sou AQUELE
QUE É"
§206 Ao revelar seu
nome misterioso de Iahweh, "Eu sou AQUELE QUE É" ou "Eu Sou
Aquele que SOU" ou também "Eu sou Quem sou", Deus declara quem Ele
é e com que nome se deve chamá-lo. Este nome divino é misterioso como Deus é
mistério.
Ele é ao mesmo
tempo um nome revelado e como que a recusa de um nome, e é por isso mesmo
que exprime da melhor forma a realidade de Deus como ele é, infinitamente acima
de tudo o que podemos compreender ou dizer: ele é o "Deus escondido"
(Is 45,15), seu nome é inefável, e ele é o Deus que se faz próximo dos homens.
§207 Ao revelar seu
nome, Deus, revela ao mesmo tempo sua fidelidade, que é de sempre e para sempre,
válida tanto para o passado ("Eu sou o Deus de teus pais", Ex 3,6)
como para o futuro ("Eu estarei contigo", Ex 3,12). Deus, que revela
seu nome como "Eu sou", revela-se como o Deus que está sempre
presente junto a seu povo para salvá-lo.
§211 O Nome divino
"Eu sou" ou "Ele é" exprime a fidelidade de Deus, que,
apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que ele merece,
"guarda seu amor a milhares" (Ex 34,7). Deus revela que é "rico
em misericórdia" (Ef 2,4), indo até o ponto de dar seu próprio Filho.
Ao dar sua vida
para libertar-nos do pecado, Jesus revelará que ele mesmo traz o Nome
divino: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então
sabereis que "EU SOU" (Jo 8,28).
§213 A revelação do
nome inefável "EU SOU AQUELE QUE SOU" contém, pois, a verdade de que
só Deus é. E neste sentido que a tradução dos Setenta e, na esteira deles, a
Tradição da Igreja compreenderam o nome divino: Deus é a plenitude do Ser e de
toda perfeição, sem origem e sem fim. Ao passo que o das as criaturas receberam
dele todo o seu ser e o seu ter, só ele é seu próprio ser, e é por si mesmo
tudo o que é."
A Igreja sempre
usou o termo Senhor, conforme o texto em grego dos Evangelhos.
A partir da
encarnação de Deus no seio de Maria, Deus se revela aos homens com um nome, o
nome de Jesus.
Trechos do
Catecismo sobre o nome de Jesus:
432. O nome de
Jesus significa que o próprio nome de Deus está presente na pessoa do seu Filho
(14) feito homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. Ele é o
único nome divino que traz a salvação (15) e pode desde agora ser invocado por
todos, pois a todos os homens Se uniu pela Encarnação (16), de tal modo que
«não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser
salvos» (Act 4, l2) (17).
434. A ressurreição
de Jesus glorifica o nome de Deus salvador (20) porque, a partir daí, é o nome
de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do nome que está acima de
todos os nomes» (Fl 2, 9-10). Os espíritos maus temem o seu nome (21) e é em seu
nome que os discípulos de Jesus fazem milagres (22), porque tudo o que pedem ao
Pai, em seu nome, Ele lho concede (23).
435. O nome de
Jesus está no centro da oração cristã. Todas as orações litúrgicas se concluem
com a fórmula «per Dominum nostrum Jesum Christum – por nosso Senhor Jesus
Cristo». A Ave-Maria culmina nas palavras «e bendito é o fruto do vosso ventre,
Jesus». A oração-do-coração dos Orientais, chamada «oração a Jesus», diz:
«Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de mim, pecador». E muitos
cristãos morrem, como Santa Joana d'Arc, tendo nos lábios apenas uma palavra:
«Jesus» (24).
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